Nesse contexto, eu imagino que a criação publicitária se apropriou desse produto imagético popular europeu, devido à ascensão do cristianismo à religião dominante. Com isso, ao migrar para a América latina o Diabo recebeu diversas definições que o moldaram através dos séculos, e a propaganda o transformou em uma espécie de fetiche, adquirindo contornos simbólicos que dialogam com diversas categorias de produtos e nichos de mercado, onde sua simbologia foi alterada na mentalidade cultural - a figura do mal incorporou elementos afáveis e que se reissignificam no imaginário coletivo se relacionando mais intimamente com carinho, amor, desejo carnal e uma espécie de pecado "menor", o pecado socialmente aceitável.
Os produtos esportivos, a industria da moda, os cosmésticos, o setor aumobilístico e outros trades já exploraram esse símbolo ao seu favor. São referencias típicas de uma cultura brasileira, mestiça, híbrida e que não rejeita, só incorpora. Nesse contexto, vale destacar que o mundo imagético da publicidade não pode ser visto apenas da ótica do estudo democráfico e das suas característics de classe econômica, há nesse universo oculto um novo espaço, com elementos complexos e difícil compreensão por onde percorre o caminho do profissional de criação.
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