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É bem verdade que a propaganda extrapola na apropriação de certos estereótipos para dirigir uma mensagem a determinado grupo social. A palavra “rótulo” também é muito indicada para acusar os publicitários no uso indiscriminado da retórica para favorecer a indústria cultural na distribuição de seus bens e produtos.
Mas como seria a propaganda sem os exageros? Como podemos sensibilizar as pessoas se não for pela força dos signos e o seu valor cultural que é transferido a nossa sociedade, também pelos estereótipos?
A resposta para isso pode estar no que eu chamo de propaganda contra-cultura.
Imagine uma campanha publicitária para reduzir os avanços da AIDS. A gora pergunte-se: Por que a maioria delas são chatas, pra baixo e quase todas clichês?
O que justificativa a estandartização nessas mensagens é o termo proposto por Konrad Lorenz, difundido como "imprinting", que inicialmente foi utilizado para dar conta da marca indelével imposta pelas primeiras experiências do animal recém nascido. O 'imprinting" cultural marca os humanos desde o nascimento, primeiro com o elo da cultura familiar; depois da cultura da escola, prosseguindo pela universidade e na vida profissional.
Na escola de propaganda tenta-se combater a normalização - forma de estandartização das consciências – que é um processo social baseado no conformismo e que elimina o poder da pessoa humana de contestar o "imprinting". Para melhor explicar, o autor Edgar Morin refere-se às crenças e idéias da sociedade, muitas vezes reificadas, corporificadas, a ponto de afirmar que "as crenças e idéias não são somente produtos da mente, mas também seres mentais que têm vida e poder; e assim, podem possuir-nos". O homem, na visão do de Morin, é prisioneiro, por vezes, de suas crenças e idéias, nos dias de hoje, assim como o foi, anteriormente, prisioneiro dos mitos e superstições.
Mas como podemos resolver esse problema?
A resposta base desta questão complexa está em trabalhar com o inesperado, contra-cultura, que no dizer de Morin, "surpreende-nos"; nós nos acostumamos de maneira segura com nossas teorias, crenças e idéias, sem deixar lugar para o acolher o "novo". Entretanto, o 'novo" brota sem parar... Quando o inesperado se manifesta, é preciso ser capaz de rever nossas teorias e idéias, em vez de deixar o fato novo entrar à força num ambiente (ou instância, ou teoria) incapaz de recebê-lo.
Na prática, trago para vocês um exemplo icônico de contra-cultura apropriado de forma bastante inusitada, numa campanha contra AIDS, onde existe a produção de material impresso e vídeo, utilizando como protagonistas Hitler, Stálim e Saddam. A campanha foi intitulada: "A Aids é um assassino em massa", e foi veiculada na Alemanha, no final do ano de 2009, pela agência Das Comitte.
Confira o vídeo na íntegra em : http://www.youtube.com/watch?v=-kGcTQ6YkD0
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigKnKmvKGo-uKukFNHrUGkW-gagZR0N4W3TlpNLG7cr6KJiM_3wZoS74zelB6mKEQ2tsrAbGxj2HhsuRbF9OJUPsEpR27_z-iNA6PfgvZxqrA3wIe_l_Za82Y0Fc7V3bRPvvzPz-e5sH1u/s320/hitleraidsmcz3%5B1%5D.jpg)
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